Quem descobriu esse lugar? Na escola contaram lorota Passaram visão europeia, coitado de quem acredita na história Quem bate esquece, quem apanhou ta sentindo até agora Genocídio preto, roubaram os índios, tiraram todos de idiota E do passado que assombra o que sobra? Da chibata ao cassetete, as mesmas dores nas costas Novos feitores, só neguinho é condenado Na madruga o genocídio a mando do Diabo Com a maldade acostumado, incesto ta tendo Somos os filhos da pátria e a pátria ta nos fodendo Ser pobre é crime, o rico cada vez mais rico Nos deram doenças pra nos vender comprimidos Quando acordei eu já nem tava mais dormindo Já faz mó cota que eu sofro com insônia Agora eu vejo pra onde o povo aqui ta indo Estado independente com os costumes de colônia Salário vai embora com imposto Submisso ao patrão pois tem vários querendo o mesmo posto No fim das contas meu povo acorrentado No vício, no xadrez ou no trabalho escravo E assim se foram muitos piões em prol de cheque A cultura liberta por isso poucos investem Só tem entretenimento se é pra mudar de assunto Não é à toa que ano de eleição é ano de copa do mundo Ei burguesia alienada A porra da sua hashtag não muda nada! Não muda nada! Não muda nada! Ei classe media alienada A porra da sua hashtag não muda nada! Não muda nada! Não muda nada! Nação zumbi da lama ao caos Fim de guerra é de baixo da terra, se fuma a pedra se converte ao mal Estamos anos atrás nessa corrida É ilusão jão, não acredito em meritocracia Veja, o cansaço no senhor que não aguenta mais trabalhar E não vai mais se aposentar Filho desandado em conflito consigo Pediu esmola e não ganhou nem um sorriso Sempre disseram “superpoder é impossível” O moleque ficou surpreso quando se sentiu invisível Não quis mais ser super-herói Se transformou, começou roubando os boy Cansado de ser desprezado, encontrou refúgio no crime Ouro faz ogro virar príncipe, e ter tudo ao seu alcance Mas no crime o enredo é curto Foi de príncipe a presunto e foi parar em Tão Tão Distante Cabuloso, que grande evolução, quem diria A nossa própria espécie se extermina Olha essa merda, mídia e sistema lucrando com a guerra Violência, dependência em droga, cadeia que lota É o resultado de descaso Pois não convém a esses governantes que haja amor entre seus governados E vai pelo ralo o amor alheio pouco a pouco O jogo do sistema é nos jogar uns contra os outros Forjando os conflitos tipo Estados Unidos Produz guerras, vende armas, ascende ao capitalismo Enquanto muitos têm fome e come biscoito de barro Latifundiário queima estoque sobe o preço no mercado Ei burguesia alienada A porra da sua hashtag não muda nada! Não muda nada! Não muda nada! Ei classe media alienada A porra da sua hashtag não muda nada! Não muda nada! Não muda nada!