Meu Lasneau, não é bilhete Não é ofício, nem ata É o coração que desata Meus pesares num lembrete Lasneau amigo, esta choça Onde a carne, breve, passa Cheia de lama e fumaça É minúscula palhoça A Terra, ante o sol da Graça É feio talhão de roça Detendo por balda nossa Descrença, guerra e cachaça Agora é que entendo isso Mas é triste a fé sem viço Que o sepulcro impõe à pressa Espere sem alvoroço Além da prisão de osso A vida real começa Oh! meu caro, se eu pudesse Dizer tudo o que não disse Sem a velha esquisitice Que inda agora me entontece! Entretanto, é clara a messe Da sementeira de asnice Perdi tempo em maluquice E o tempo me desconhece É natural que padeça A minha pobre cabeça Perante a Luz, face a face Não me olvide em sua prece Desejo que a luta cesse Que a coisa melhore e passe