Dentro da noite grandiosa e calma Deixo a minhalma falar aqui Aos companheiros de luta e crença Da graça imensa que recebi Graça divina de haver sofrido De ser vencido no mundo vão Graça de haver sorvido tanto O amargo pranto da ingratidão Na vida obscura e transitória A nossa glória vive na dor Dor de quem sofre sonhando e espera Com fé sincera, no Pai de Amor Subi o Gólgota dos meus pesares Que os avatares da redenção São todos feitos nas amarguras Nas desventuras da provação Perdi na Terra doces afetos Sonhos diletos de sofredor Mas recebendo na grande escola A grande esmola do meu Senhor E a Morte trouxe-me a liberdade A piedade, o amparo e a luz! Feliz quem pode na dor terrestre Seguir o Mestre com sua cruz