Quando o silêncio encalha nas minhas ideias Sobra intolerância aos guachos lambendo a miséria Nesta intragável impaciência, teimosa e arteira Controvérsia de sinuelos abrindo porteiras Quando a vida amarga de forma sentida Até a eguada relincha, rebelde e de estima Frente à rudez do pampeiro que aos poucos resume Todo o clamor das taperas e o amor pelo lume (Ah! Costumeira razão de cada um) (Tu não merece perdão algum) Quando o destino se espalha no tempo e no vento Toda a cuscada retoça, esculhamba os pelegos Focinha o faro do dono, a sobra da bóia Ou até o rastro do mano que ali bateu cola Quando o aparte reparte seus versos e prosas Dá a impressão que a saudade se esvai campo-fora Dá tanta tristeza nos olhos que a mágoa se achega Toma mate, conta causo, come e se deita (Ah! Costumeira razão de cada um) (Tu não merece perdão algum) Quando a milonga concebe luz própria sozinha Causa uma enchente nos olhos e inunda a vidinha Dá um negócio na pele e um troço esquisito Comenta o fogo, toca n'alma, ilumina os ouvidos