Por um dia fui ser patrão do meu trabalho Por ironia troquei destino com o por-de-Sol Levei por diante horizonte e as sesmarias Que eu só teria depois de um sonho de girassóis Eu reclamo de duas lanças enferrujadas Finco morada entre o luar e as Três Marias Das lonjuras, a meninice e as borboletas, as nuvens sábias E um pergaminho guardando estrelas, por um dia Por um dia fui ser patrão do meu trabalho Pura ironia de ser romeiro das invernadas Ao invés de um lar, rememorar minhas angústias Trocando rumos onde os apuros repontam estradas E os enganos das emoções enluaradas Farão pousada onde as razões se modernizam Da saudade, a remoção das amarguras E por um dia eu ser patrão e haver sonhado