A bandeira do Rio Grande vem tremulando na frente Um taura puxa o piquete pata aberta bem montado Sombreiro negro tapeado o olhar mirando lejos Num retrato gauchesco o orgulho do nosso Estado O crioulo malacara sabe o peso da forquilha Pelo de ouro que brilha nesta manhã setembrina Não sei se é lá da Faxina do Carcáveo ou Sarandi Talvez do Upamaroti mas desta Pátria Sulina O povo batendo palmas reverencia um campeiro Fronteiriço brasileiro legenda do pago antigo Que negaceia o perigo na lida de bois e potros Sem querer ser mais que os outros que assim conserva os amigos Pelo garbo e o entono carrega o sangue farrapo Descendência de índio guapo estampa tradicional Que traz mundo rural pra o povo mesclando ânsias O corpo de peão de estância e a alma de um general O pañuelo maragato esvoaçando no pescoço E o Gateado que é um colosso troteia se abaralhando Pala encarnado rimando entre o pelego e o basto Verso com cheiro de pasto trazido de contrabando Dá gosto ver um gaúcho e a cada dia me lembro Noutro vinte de setembro mais entonado que um galo Hoje a mão que bota o pealo levanta o pano sagrado Um pavilhão desfraldado e o Rio Grande de a cavalo