Minha gaita de oito baixos Resmunguenta mamangava Resuscitava segredos Que a noite lhe entregava Tinha um sonido cadente Mescla de sombra e de luz Em ti me crucificava Tal qual o Cristo na cruz Minha cordeona terrunha Trazia o pago em canção Os causos lá do bolicho Do velho Juca ramão Nos dias de lida e gerva No santo altar da mangueira Até o vento parava Pra te escutar botoneira Tinha o fole florido Com toques de primavera E quando apresilhada Se transformava em tapera Em ti a vida renasce Ao teu redor multiplica A cada paisano que chega Tornando a prosa mais rica E assim vão se aquerenciando No doce do teu afago Ouvindo o som das canhadas Com o silêncio do pago Velha cordeona terrunha Relicario de outros tempos Te aperto junto ao peito Com o mais puro sentimento Longe de ti sou tristeza Perto de ti, plenitude Tempo a dentro seguimos Até que o tempo nos mude Minha gaita de oito baixo Resmunguenta mamangava Resuscitava segredos Que a noite lhe entregava Tinha o sonido cadente Mescla de sombra e de luz Te levarei em meus braços Aos braços abertos da cruz Tinha o Fole florido Com toques de primavera E quando apresilhada Se transformava em tapera Em ti a vida renasce Teu redor multiplica A cada paisano que chega Tornando a proza mais rica E assim vão se aquerenciando No doce do teu afago Ouvindo o som das canhadas Com o silêncio do pago Tinha o fole florido Com toques de primavera E quando apresilhada Se transformava em tapera Em ti a vida renasce Ao teu redor multiplica A cada paisano que chega Tornando a proza mais rica E assim vão se aquerenciando No doce do teu afago Ouvindo o som das canhadas Com o silêncio do pago!