Saí da quebrada, onde o sonho é raro Corumbá me viu pequeno, hoje eu encaro A vida de frente, sem medo, sem atalho Subi degrau por degrau, suor foi meu salário Nada de passar por cima, minha ética é raiz Ganhei respeito antes do palco, antes de ser feliz Não precisei de grana, só visão e fé Uma caneta e um papel, olha onde é que eu tô de pé Só quero ver meus irmãos na praça, rindo alto Minha mãe tranquila, sem mais esse sobressalto Meus amigos cantando minha letra no refrão Conforto pra família, verdade no coração Nas rádios agora Toca o que veio da favela Orgulho de ser da margem, alma sempre bela Não precisei pisar ninguém pra conquistar A favela me ensinou como é que se deve honrar Tanta batalha, mas mantive minha essência Com fé no futuro e o peito na resistência Fiz da dor poesia, do silêncio um trovão E cada rima minha hoje ecoa em multidão Só quero ver meus irmãos na praça, rindo alto Minha mãe tranquila, sem mais esse sobressalto Meus amigos cantando minha letra no refrão Conforto pra família, verdade no coração Do barro da quebrada ao estúdio iluminado Levo minha história no beat, versado Quem duvidou, hoje tem que respeitar Porque com caneta e papel, eu aprendi a voar