Som bom, com muita honra e orgulho preto Rap de fundo de quintal, miligueto Facão no pé do bambuzal, a vez das crianças Mil chances, mil problemas, pesam na balança Se pá, algumas fitas nunca vão mudar Desde nininim, as mesmas máscaras no bar E os que vêm pra somar nunca irão te atrasar Vejo uma função ali, tenho que me adiantar Da minha cota, na boca dos bico escorre o veneno Mente Maquiavel exala o fel pro ideal ser pleno No paraíso gangsta, silhuetas de giz Imitam a velha arte de fazer chorar e rir Griot hereditário, é diferente de ouvir Tô marchando num legado que não começa por mim Vira e mexe repetindo os hábitos dos meus pais Ouvi o barulho do trinco lá da goma de trás Será um monstro da rima ou da batida? Chega no barraco, nas antigas era atabaque Hoje os beat brabo É mole identificar o chapéu atolado Convenção dos cria, não vale ser abraçado Sabedoria é melhor que insensatez Se não tiver amor, meu rei, passa essa vez Se envolve que a hora de quem corre vai chegar Quem é miligueto pode se reedificar Por aí largando a voz, aciona a pioiage Pra ganhar um vento, não vou perder viagem A volta por cima é pra quem tem coragem Solta a carretilha, fé na habilidade Som bom que traz o conceito, a boa fama Se a base não treme, a estrutura não desanda O barco balança, lançamos várias âncoras No pântano leste, formulando carta-bomba Bedeca brota com bambu, montando pipa Canta a liberdade dos menor, ô, só alegria Nem sempre é por dinheiro, entregue a vida Já basta o que no gueto segue fazendo vítima Multicultural, pra nós, fenomenal Exalte o Hip-Hop, dá aquela moral DJ, Break, Graffiti e o Cronista Original O Mestre sempre na frente, presença especial Sabedoria é melhor que insensatez Se não tiver amor, meu rei, passa essa vez Se envolve que a hora de quem corre vai chegar Quem é miligueto pode se reedificar