Os cara fala fogo nos racista Toda noite uma mãe preta chora Há 5 anos atrás era um morto a cada 23 minutos Hoje se pá que nem um minuto demora O sonho dos pivete é ser camisa 23 no basquete Jogá um fut na pracinha cos muleke, em paz Comprar um Jordan daqueles que cê não esquece Como faz isso se nem chega aos 17? Mano, uma hora a bala perdida Encontra a mente da polícia racista Que vibra com a morte E que chora com vida bandida, não Com a vida dos muleke de vila Na vila, na praia, quiosque, mercado Favela é sinistra, não só madrugada Mó fatto, no carro ou em casa Ser preto é ser alvo da bala Na vila, na praia, quiosque, mercado Favela é sinistra, não só madrugada É fato, no Carro é four balas Ser preto é o caixão ser uma vala Desculpa não ter pele alva Desculpa minha pele ser alvo Me deixe ser um pouco mais claro Um dia desculpa vira bala Pra ficar mais claro, eu escureci Pra me adaptar, eu me escondi Cê não sabe o que é arrumar o cabelo Pensando se geral vai rir Puxa o gatilho, mata um preto, cê é o herói Menos uma cara feia pra assistente social Puxa o gatilho, mata um preto, cê é o herói Morto por quem você chama de herói É que o preto não vale nem um post-it A preta não vale nem um post-it Quer saber o fim de racista fascista? Pergunta pro Mussolini É que o preto não vale nem um post-it A preta não vale nada Quer saber o fim de racista fascista? Pergunta pro Mussolini Escuto Tupac falando da cena que é problema Só vejo rostos racistas, e os branco não cumpre a pena E a pena que foi usada assinando aquela Lei Áurea Ela foi nossa sentença, hoje o que muda é a caneta Vários preto na cadeia por causa de Pinho Sol Vários branco tão fora dela portando 30 quilos de cocaína O que é falado é sobre os assassinatos que repercutiram Na TV, real, isso é um fato É que nós somos mortos a cada momento, palavras matam por dentro Morremos no dia a dia com olhares E se o policial me para pilotando uma BM, te pergunto Cê sabe o que acontece? Na vila, na praia, quiosque, mercado Favela é sinistra, não só madrugada Mó fatto, no carro ou em casa Ser preto é ser alvo da bala Na vila, na praia, quiosque, mercado Favela é sinistra, não só madrugada É fato, no Carro é four balas Ser preto é o caixão ser uma vala E hoje eu não tô pra morrer, pode pá? E hoje eu não tô pra morrer, pode pá, mano Hoje eu não tô pra morrer, pode pá Pretos e vermelhos, venceremos