O mundo pesa e ninguém pergunta Por que o silêncio grita na minha garganta Não é só verso, é pele, é alma aberta Cada rima é a ferida que não se encerra Eu rasgo a noite escrevendo meu desespero Se não fosse essa voz, o fim seria certeiro Não vem me julgar se eu tô caindo aos pedaços A caneta é a arma que afasta os fracassos Por cada noite em claro que o peito aguentou Eu me levanto, mesmo quando o chão tremeu Não quero aplausos, não quero escoro Só quero ser real, sem disfarce Se a vida é luta, eu tô na batalha Sem filtro, sem máscara, sem nenhum ensaio Acordo cedo, com peso na cabeça E o espelho reflete uma guerra sem pressa Me dizem pra sorrir, mas é difícil fingir Quando a dor é rotina e insiste em existir Cada passo torto, cada erro cometido É parte do caminho que eu mesmo construí O que eu carrego não cabe na fala São cicatrizes que não fecham, só se embala Na noite fria, sozinho, a mente acelera Pensamento pesado, minha alma espera As contas não param, os sonhos se atrasam Mas eu sigo, mesmo quando as forças fracassam Já chorei em silêncio, já perdi a fé Mas levantei, porque desistir não é opção pra ninguém No corre diário, entre luz e sombra Entre esperança e aquele medo que assombra Vou seguindo o fluxo, vou traçando minha rota Mesmo com o coração preso na maré que sufoca Não tô pedindo, nem implorando, só tô dizendo Que no meio do caos, eu continuo crescendo A voz é a munição pra essa guerra interior Que me mostra que o caminho é feito com suor Então escuta, irmão, se você tá na luta Não desiste, segura firme essa conduta Porque no fim, o Sol sempre aparece E a alma ferida, um dia, se aquece Se um dia o mundo te derrubar no chão Levanta com força, escuta o teu coração Não é fraqueza cair, é erro não tentar É no chão que se aprende a levantar