Como é duro ser pobre Não de dinheiro Mas de cultura Com esses canais abertos Que não passam nada Devido a censura O que é bom eles cortam E deixam só celebridades Fazendo frescura Não dá mais pra aguentar De segunda só jornal Falando de tiroteio Esses programas de comida Com apresentadora degustando Com caras e bocas o dia inteiro Você troca de canal e nada muda Parece que só tem uma opção Desligar a TV e jogar no bueiro E esses programas de música caipira Ninguém aguenta mais ouvir Esses palhaços com viola E chapéu de palha Berrando na tua cabeça Programa falando de jogo De futebol com quatro chatos Em volta de uma mesa E programas de fofoca Que não acrescentam em nada De dia só passa porcaria E coisas boas só de madrugada Nove da noite só passa novela Isso que dá ibope Só com as véia Elas gostam de barraco Assistem até programas De brigas familiares Uma coisa muito estranha É levar seus problemas Pro Brasil todo ver Será que isso ocorre mesmo de fato? E os que confinam gente Famosa durante meses Pra brigar e fazer festa Isso só presta pra gerar memes Tiraram todos desenhos infantis Pra colocar programas de saúde Deixaram as crianças tristes Porque não podem mas lucrar Com venda de produtos Senão o governo vai puni-los Tanto programa de auditório Com homens usando ternos E aqueles microfones grandes Pra compensar algo Por que não usam algo mais moderno? E aquelas moças da previsão do tempo Com roupas parecendo cortina Cada roupa brega que entristece o clima Jornalistas clichê acham que Todos que moram em cidade Pequena se conhecem No mínimo acham que são tudo caipira Além de qualquer sinistro os vadios Já acham que os jovens Jogaram jogos violentos E foram influenciados Como se o ser humano Sempre fosse santo Depois começa programa de curral Quando não é isso é índio Peladão dançando no meio do matagal No domingo só o futebol básico Ou fórmula um correndo muito rápido E o tanto de programa de Competição culinária Tem os que te ensina a vestir Como boneca mas eles mesmos Usam umas roupas hilárias E pior de tudo quando tinha uma Mulher que vestia igual secretária Chegava pra educar filha de algum ricão Que não sabia passar o corretivo na pirralha E o pior de tudo, o que mais tem Programa de crentelho o dia todo Pra arrancar dízimo de alguém Sai pra lá seus pulhas meu Deus Não me cobra nada Vocês só enganam com conversa Pastora safada E quanto ao horário político também Corta meia hora de programação Todos desligam a televisão Sua audiência é de ninguém