Vô falar, ninguém vai acreditar Só depois que cresci Finalmente percebi O que as cantigas Populares estão a falar Pra começar a Dona Chica Jogou um pau no gato Pra ouvir seu miado Cadê a proteção animal Que nada fez? A Barata ensinava mentira para Todos mostrar seu falso status O sapo tinha chulé Não tomava nem banho tcheco Dormia com os pés sujos No lençol branco de sua mulher Ensinaram que o peixe Não é caranguejo Mas o caranguejo peixe é Nas aulas de biologia aprendi Que caranguejo é crustácio A pomba branca limpava A casa, apareceu um Homem dando escarraço Parando pra pensar Será que tipo de pomba Era essa que ia se casar? Tudo está sem sentido Seria neologismo ou fetichismo? Alguém pare o mundo e venha me explicar! Nem digo nada sobre Os escravos de Jó Estavam no cativeiro Com a Lelê que tomava Umas sambadas sem dó Foi tanta bordoada que rachou a cabeça E mesmo doente tinha que trabalhar Igual a borboletinha Se matando pra fazer Bolo pra madrasta na cozinha Com olho de vidro e perna de pau Devia ter sido um pirata Como a gata borralheira Se estrepava no conto de fada A rua que todos cantavam Eu queria que fosse minha Cita um anjo que rouba seu coração Onde se situava a tal capelinha Se iniciou com blasfêmia Onde chamam de dorminhoco São João e por cima um nome bizarro Se chamava de melão No mesmo bairro um quartel Com um soldado no hospício Enlouqueceu depois da guerra E usava um capacete de papel Certo dia pegou um enorme fogão Foi a culpa dele ou daquele balão? Cai, cai balão, cai, cai balão Afinal contra isso não há leis E junto caem todos moradores Porque a rua é feita de sabão Terezinha de Jesus no Chão se estatelou Seu pai e irmão ignorou Para dar a mão a um desconhecido Com quem logo se casou Mas espero que tenha durado mais Que o Cravo e a Rosa que brigaram Do outro lado da história Outra dizendo que tem sete namorados Mas a bígama só pode ir com um O vizinho ficava vendo os ovos da Galinha do seu quintal Pois era um grande vagabundo E não pegava nenhum Foi em um dia de domingo Fumando seu caximbo Ordenhar o touro dele Levou uma xifrada Espatifou dentro do poço Ninguém sentirá falta do moço Era o Pai Francisco que saíra da prisão Um velho macumbeiro Isso explicava o hábito de fumar E seu gosto por violão