Ha muito tempo atrás ele já foi alguma coisa Outrora respeitavam quando ele abria a boca Através do tempo, sua moral tornou-se pouca Será que ele surtou ou a realidade ficou louca? Nessa vida, nada é mais dolorido Que lembrar dos anos de triunfo, meu amigo Em tempos de dor, buscando por abrigo O problema não está com eles, e sim comigo Leão jovem e sorrateiro invade seu território Sorrateiramente ele faz seu ofertório! Mesmo sem perceber, tudo se tornou um sanatório Nada resistiu a imagem do leão simplório Os anos correm no tempo e nada muda! A única boa nova é luta depois de luta! Às vezes dá vontade de parar e pedir ajuda Mas o maldito orgulho não permite isso nunca O forasteiro pelo trono vai lutar Nada ali é dele, porém vai se apropriar! Em submissão de costas o faz deitar É sinal que o antigo rei vai abdicar Antes tivesse apenas perdido tudo Ferido na batalha, ganhou um corte profundo! Segue calado, o orgulho lhe deixou mudo! Vagando sem destino certo nesse mundo Ferido de morte, ele não pode mais caçar Parece que essa vida só faz lhe castigar Seria covardia, procurar a quem culpar Pois você só vai colher, aquilo que semear! Por falar em covardia, eu vou citar aqui Mesmo cansado não pode praticar harakiri! As forças se esgotam e não tem pra onde ir Será mesmo essa vida uma tortura sem fim? Agora tudo que restou foram as lembranças Agradáveis memórias do seu reino na bonança! Seu crime foi o passado e o presente é a fiança A fiança saiu caro e foi paga com a esperança Ele não lembra mais como chegou ao fundo do poço! Respira como se tivesse uma corda no pescoço! Parece que foi em vão o trabalho e esforço! Ele preferia mesmo era ter ficado louco! Ele quis oferecer a vida em penitência Para reparar os anos de negligência! Não sei se isso foi burrice ou inteligência Hoje ele paga tudo exercitando a paciência Eu vou te explicar se acaso não entendeu Cada verso dessa rima, foi uma dor que me doeu! Minha vida era dia, porém já escureceu Eu usei metáforas e esse leão sou eu!