Aqui na favela existe uma doença que mata mais que o câncer O crime Vi muitos malandrão ser velado a 7 palmos E a única que não queria ele nessa vida Levou a rosa mais linda, e no dia seguinte partiu junto com ele Mãe solteira de um filho único, eu consegui entender a dor É dona Maria Amanhã você não vai poder ir mais na faxina Seu patrão ainda não sabe da notícia, mas eles sempre tem um plano b Afinal somos apenas peças do quebra cabeça deles E aqui dentro mais uma vez essa história se repete Dúvidas de um amanhã renascente Que vai me moldando conforme avanço A cada dia viro mensageiro Trazendo informação sempre quando canto E os problema aqui tem montão Do lado de cá não tem ostentação Apenas um que quer ser mais que o outro E dentro da viela é cadeia ou caixão Dia 24 do mês de janeiro Clima ostensivo vi pela janela Operação da baep ouço muito tiro vindo do meio da favela Mais um amigo que foi de exemplo Mais um amigo que o crime levou Talvez se naquela entrevista de emprego Tivesse passado não era vapor Bagulho doido já vi nessa vida E os motivos foi se corromper Queria que nossa favela fosse retratada Assim como passa na TV Censura na mídia é o que acontece E pra Zé povinho é difícil entender Que vem da mema cultura que nóis Só que se ele não cresce nóis não vai crescer Seu pensamento me causa revolta me faz querer joga mais uma na agulha Aponta na sua cara dizer pra você Que o parceiro que foi precisava de cura Até então frequentou a igreja Mas precisava por comida na mesa Então mais uma vez ele errou o caminho Vi na sua coroa choro de tristeza E os pensamentos se vão com o tempo E a saudade aperta com o tempo Neguinho era mema fita e nunca vai mais volta A ilusão consumiu por um todo Sua mãe falava pra você O motivo de eu tá viva hoje é querer um futuro melhor pra te dar E os pensamentos se vão com o tempo E a saudade aperta com o tempo Neguinho era mema fita e nunca vai mais volta A ilusão consumiu por um todo Sua mãe falava pra você O motivo de eu tá viva hoje é querer um futuro melhor pra te dar