Ouço gritos que me dizem eu não posso Já fui chamada de aberração, coisa e troço Cansada de ser apenas um esboço Identificam-me como um alvo pros outros Não, não, não deixem me levar O veneno da injustiça não vai me mudar Eu preciso ficar Pedi, implorar pra não me expulsarem de lá Cansada de reforçar meu pronome, a minha cor e o meu lugar Já fui chamada de aberração, coisa e troço Já fui chamada de aberração, coisa e troço Ficam repetindo a frase, ela não pode Dizendo que não existo, será que pode? Ela é um erro, pecado, quem é que sofre? Eu sou o que a sociedade consome some Se esforçam demais pra me testar Escalei o submundo, me sentarei em seu lugar Não precisa me expulsar Agora o lugar é meu, melhor você se comportar E eu não sou só uma coisa Eu não estarei só em um lugar O veneno daquele olhar Cicatrizou e virou marca pra me lembrar O veneno da justiça não vai me mudar Não vai me mudar, não vai me mudar, não vai me mudar Já fui chamada de aberração, coisa e troço Já fui chamada de aberração, coisa e troço A guerra que eu vivo dentro de mim É só eu mesma é que posso dar um fim A guerra que eu vivo dentro de mim É só eu mesma é que posso dar um fim A guerra que eu vivo dentro de mim É só eu, é só eu que posso dar um fim A guerra que eu vivo dentro de mim É só eu mesma é que posso dar um fim