Sujei O sapato Que descalço assim botei Acho E me escondo Estou farto de jogar Andança De aventuras Que descem o corrimão ‘’Falança’' De palavras Que crio Só pra rir Mas eu quero ser Como o senhor É não são palavras Que mudam os fins dessa canção A graça e o rio Passavam sem cumprimentar O tempo correndo E as cores dançando a pintar Os nossos discos (ou discos gravados?) Que um dia vamos ver tocar (O senhor) Sujei O calçado Que por tanto trabalhei Olho e só me escondo Não aguento, não pretendo Conversas Arranhadas Que nascem sem crescer Lembranças de cantigas Que eu não me lembro mais Mas eu quero voltar a ser você É não são palavras Que mudam os fins dessa canção A graça e o rio Secaram sem mesmo avisar O tempo parando E as cores estão a desbotar Esse vinil Que escuto só pra me lembrar Mas pode ver Que o velho sempre vê o entardecer Mas sente sempre um novo prazer E chora como um menino ao sofrer Mas pode ser Que um olhar grisalho venha ter Uma saudade louca de esquecer Que um dia triste reservei pra não viver