Se meus sapatos se cansam de andar, Fico parado. Não saio do lugar Só pra ver, sentir e fazer. Só quem percebe Será capaz de entender. Muros e grades separando quintais, Florestas devastadas, plantas artificiais. A cidade cresce demais. Violência é o mal que ela traz. Replantando asfalto e concreto Onde havia florestas e roseirais. Do pó vem a semente. Da semente vem a planta. Da planta o consumo Que nos tanto adianta. Não sei como vai ficar. Se você volta ou não agora para cá, Recriar tudo o que se perdeu. Você e eu. Palavras soltas no ar. Derramadas tal qual puro licor. Esses muros separam nós dois, Desse mundo de asfalto e concreto sem mar.