Levanta-te e anda Pois tua exploração Não se dará sozinha Houve um momento Bem específico Em que eu até gostava Do meu trabalho Mas ter que trabalhar 72 horas por semana Durante anos a fio Para sobreviver Modifica perspectivas De forma lastimável Para pura E simplesmente Continuar existindo Torturando-se Voluntariamente E voluntariando-se À tortura Ou sendo obrigado A isso, de tal maneira Manipulativa, que passa A crer que a escolha é tua Que foi sua opção Rastejar como um verme Nojento Enquanto os Verdadeiros parasitas Repulsivos-purulentos Vazam e abusam das cifras Se lambuzando em cifrões Jogam com as vidas alheias Extraindo a dignidade dos seres Desfilando em tapetes macios Alimentam o moedor de carne Se encontram Sempre num cio necrófilo Movidos a pílulas azuis Vestem gravatas Pomposas e dirigem A maquinaria Da morte Mas nada faz diferença Ou apenas nos fizeram Pensar que nada Nunca faz?! Receber o mínimo E pagar o máximo pra existir Entretanto, nem existimos de fato Em nossa nano-sub-existência Dívidas criadas por uma Conjuntura que Sadicamente te endivida Para mantê-lo Aprisionado a ela Num fluxo ininterrupto De sucção A degeneração Da pessoa humana Em cliente E a composição Da clientela doente De um mundo diagnosticado Clinicamente em sua psicopatia Sim, alguns de nós Estão cientes Ainda conscientes Consumidores Sendo consumidos Pelos mesmos produtos Que eles consomem Num ciclo inquebrantável De uma autoimolação Destituída de propósito Até o teu desfalecimento Completo, para que rostos Sem fisionomia se beneficiem Do teu sacrifício inútil Fazem com que repensemos Alguns valores, que em Nenhum momento foram nossos Isso faz com que qualquer um Desgoste de qualquer coisa