Ainda ontem tava tudo no lugar certo A minha camisola com o teu perfume A tua mensagem a dizer vejo-te à noite, de perto E um sorriso parvo que em mim ficou Falamos de tudo, dos medos aos planos futuros De como a vida antes de nós era a preto e branco Construímos em meses o que leva anos E eu a pensar que o nosso amor era eterno Mas havia algo que eu não via Uma sombra antiga que te prendia E de repente, senti o teu cansaço Voltavas pra ele, perdi o meu espaço E agora trocas o meu abraço por uma prisão Dizes que ele mudou, que a dor ficou no passado Mas eu vejo nos teus olhos a história não contada De quem se habituou a um amor partido Lembro-me bem das histórias que contavas Das noites em que o teu telemóvel não parava Das palavras dele, frias, que te magoavam E eras tu que no fim mentias Jurei a mim mesmo que te ia mostrar Que o amor não prende, é só liberdade Que não precisas de lutar pra alguém te amar Que o teu valor não se mede pela saudade Mas esse, parte, tem mais força E a memória dele na tua alma ainda ficou E de repente, o teu olhar perde a vontade Voltavas pra ele, pra aquilo que tu negavas E agora trocas o meu abraço por uma prisão Dizes que ele mudou, que a dor ficou no passado Mas eu vejo nos teus olhos a história não contada De quem se habituou a um amor partido Talvez um dia a ficha caia de vez E percebas o erro da tua decisão Que o amor que te dou não te prende E o dele só te ensina a maneira de ficar no mesmo lugar Eu vou estar aqui, não pra te esperar Mas pra te lembrar do que é amar sem se perder E agora trocas o meu abraço por uma prisão Dizes que ele mudou, que a dor ficou no passado Mas eu vejo nos teus olhos a história não contada De quem se habituou a um amor partido A um amor partido A um amor partido