Ficou um rastro de esperança Na mansidão dos caminhos A solidão das taperas O arvoredo sozinho Por onde ergui moradas Ficou marcas de carinho Restou sinal dos palanques Onde atei meus parelheiros E ranchos pelos esteios Onde ergui meus aperos É o tempo guardando marcas No meu armorial campeiro Meus olhos de olhar lonjuras Se voltam para querência Cantando clave de Lua Guardando do campo a essência Na paz da noite charrua Adormecida de auséncia De mim sobrarão recuerdos De penas e campereadas Um canto de amor ao pago Pra cantar na madrugada E alguns amores perdidos Que em mim fizeram morada As marcas do tempo antigo Vão cinzelando as ausências Mas quem tem alma de campo Vence o rigor em clemência Abrindo o poncho crioulo Nos temporais da existência