Não consigo respirar Em meio a tanta dor e agonia Seus olhos tão fechados Porque não quer ver o que aconteceu aqui ontem Porque Alguma coisa quer esquecer Alguma chave tranca Os primeiros instantes do sono são a imagem da morte É um subterrâneo vago que se aclara aos poucos E onde saem da sombra e da noite as pálidas figuras Gravemente imóveis que habitam a morada dos limbos Eu nem sei mais o que faço aqui Já não sei mais quem sou eu Não há cor, nem ar, nem som, nem vida Se eu soubesse ainda Onde achar a luz do despertar Meus atalhos pro dia, Deus, estão mais longe Acho que eu vou dormir pra sempre E você Escuta cada prece Não pretendo mais dizer adeus Dizer adeus pro pesadelo Da vida que não quis pra mim Não quero sonhar Não quero sofrer Não quero sangrar