Acordei com a alma faminta Mais um dia na mesa do cão Servem mentiras com toque de pimenta E ódio no molho da manipulação No cardápio: Corrupção, vaidade E um brinde ao ego com sangue e poder As moscas dançam sobre a verdade E o garçom ri ao me ver comer Garfo em punho, faca no peito A ceia é quente e sem respeito Banquete podre da hipocrisia Mas ninguém larga a tal travessia Prato do dia: Carnificina! Saboreie a dor na marmita fina! Tudo é servido com cinismo e veneno Nesse restaurante do inferno terreno! O chef se chama desilusão Cozinha sonhos com sal de traição A sobremesa é esperança queimada E o café é feito com lágrima salgada Nas panelas fervem ilusões Tempero extra de alienação E enquanto engolem destruições O povo canta sua resignação Mais um, por favor! Gritam na fila do horror O menu muda, mas a essência É sempre a mesma decadência Prato do dia: Carnificina! Saboreie a dor na marmita fina! Tudo é servido com cinismo e veneno Nesse restaurante do inferno terreno! Mas eu cuspo no prato da escravidão Levanto minha voz, ergo minha mão Não como mais dessa podridão Queimam as panelas, chega de ilusão! Hoje, o prato sou eu