Passou a vida pastando do outro lado do alambrado Cavalito magro, seco, do piquete desgarrado Te ganhei quando piá do Seu Chico bolicheiro Pois tu roubava das vaca o leite que era pros terneiro Quantas vezes se tournou meu rebenque a esperança Pra que tu te esquecece das éguas da vizinhança Oigaletê cavalito cheio de balda e de manha Enxergando canha reta em seguidita se assanha Nas canchas de carreirada cavalito não apanha O segredo é um balde d'água e uma garrafa de canha Cavalito querendão, filhote de um teatino Te trago no coração desde os tempos de menino Hoje o véio bolicheiro tá querendo te comprar Nem vendendo a pulperia contigo vai cavalgar Nunca precisou buçal, nem cutucada de relho Pra encontrar algum fandango ou uma festa de rodeio