O olhar do tropeiro de quem não espera por nada Mirando a boiada juntito a tropeços se arrasta E a cuscada se afasta, pressentindo o tormento Junto ao seu pensamento a boiada já não basta Não cevou mais o próprio mate com o mesmo entono Porque no abandono do inverno sentiu-se pequeno Foi sorvendo o veneno da velha canha bebida Na esperança que a vida perdida lhe desse aceno O inverno castiga o fruto da terra Mangueira cedendo o gado que berra Parece que tudo na estância está te esquecendo São coisas na vida que um taura carrega Tristezas na alma que a sorte lhe entrega O destino ingrato reserva outro taura morrendo O rancho tapera de escoras volteado lamenta Com ar de assombrado da lida que lhe foi parceiro E o pingo estradeiro que ao longe o relincho se ouvia Enquanto chovia bombeava triste o saladeiro