Sempre que eu passo por aquela estrada Tocando meu berrante, levando a boiada Não importa a hora, seja dia ou madrugada Uma criança vem do meu lado em disparada No brilho dos seus olhos eu vejo a esperança De encontrar alguém que ele tem só na lembrança Que um dia partiu por essa mesma estrada E na cidade grande foi vender sua boiada Ouça, meu senhor, que pra longe vai Diga ao meu pai se o encontrar Que eu e minha mãe estamos esperando Que o perdoamos, faça ele voltar Chegando na cidade após a missão cumprida Para comemorar entregou-se à bebida E com falsos amigos e mulheres da vida Ele até se esqueceu que tinha uma querida Caiu na realidade, viu que estava sem dinheiro O fruto de um trabalho que levou o ano inteiro Não quis voltar pra casa, se atirou no mundo E hoje vive nas ruas sem destino, vagabundo Ouça, meu senhor, que pra longe vai Diga ao meu pai se o encontrar Que eu e minha mãe estamos esperando Que o perdoamos, faça ele voltar