Sou motorista do Rio de Janeiro Ando seco por dinheiro Mas trabalho pra chuchu Para defende-lo do Racu Estaciono perto de Copacabana Meu carro é bacana Só conhece a zona sul E de vez em quando aparece uma dona Que me pede uma carona E me deixa de sinuca A gasolina está com tudo E não está prosa Vai queimando e vou pensando Essa mulher está maluca! É uma tragédia, seu moço Vai ser uma pendura na dururuca Olha, gentilmente Mete uma 1ª, uma 2ª, uma 3ª E vamos para a lagoa Estou com pressa, diz a dona para mim Vamos lá para a lagoa Tenho encontro marcada Eu avanço o sinal que está vermelho Mas preparo um bom coelho Pois na certa fui multado E quando volto para o ponto vejo o guarda Que riscou no seu caderno a velha multa do costume Meto a conversa: Sou daqui, não sou da roça Ele manja minha bossa e me chama de vaga-lume Aí eu digo-lhe Não, seu guarda, não sou vaga-lume Apaguei a lanterna porque a bateria está fraca E estou com pressa Seu guarda, segura a conversa, vai por mim Que eu estou com a Carolina, seu guarda Sabe lá o que é isso, vem de boca pedindo pão Olha seu guarda, segura o coelho e vai por mim Mais vale um amigo que um inimigo Há sempre a hora do perigo O velho guarda que não está de prevenção Deu-me logo seu perdão Dispensou o meu dinheiro Voltei ao ponto meio zonzo, meio tonto Tenho orgulho em ser da praça do meu Rio de Janeiro Buzina um pouquinho! Vou fazer uma oração para Cosme Velho