Abro os meus olhos Não consigo acordar E nessa posição fica difícil levantar Não tem café na cama nem um bem pra me agradar Eu corro pro trabalho para não me atrasar Tô cansado dessa vida de quebrado Sempre ter que trabalhar Ônibus lotado quase não da pra respirar Não tem lugar sentado e um mau cheiro de danar Um bebê chorando do meu lado de montão E um velho rabugento na minha frente sem noção O vida maldita de ser pobre, anda sempre de busão Depois do dia todo trabalhando sem parar Ainda vou pra faculdade pra acabar de me formar Na sala, bem no fundo tento prestar atenção Mais com essa zona toda, não ouço nem meu coração Eu vou prestar concurso para ver de perto o mensalão Me inscrevo e estudo duro com a esperança de passar O dia acordo cedo, nem ressaca mais me dá Faço a prova rapidinho, nem um erro a recordar Mais as vagas que sobraram, só parente pra ocupar Quero ver com essa porra de sistema Algum pobre chegar lá