Era só mais um degrau, terminal, ambulante Até que eu te vi e vi que hoje não seria como ontem Entede quando eu digo que eu me sinto um figurante? Na janela do bus eu observo o horizonte Vi o amor da minha vida sentada no banco a frente Ajeitei minha coluna Não que seja relevante Pras pedras no caminho eu costumo ser indiferente Mas o anel no seu dedo é decepcionante Me diga novidades não como você se sente Não que eles me paguem muito bem Mas hoje sobrou um troco comprei um vinho pra gente Chegamos na parte que eu finjo que tô contente Eu finjo tanto mano Que eu já não consigo olhar no espelho Mas acordo cedo, respondo minha mãe e faço café Meu amor antes das oito o sistema me quer de pé Mas valeu né, sim, uhum nóis tamo aí Eles dizem que com sorte eu consigo comprar uma casa Talvez eu me aposente e morra velho na UTI Sem saber o sentimento de correr no Sol da praia É foda o ônibus atrasou meia hora Isso significa que hoje eu não vou jogar bola Tá suave Me sobra alguns minutos pra jogar minha vida fora Parando pra pensar, é desse jeito desde a escola Parando pra pensar, é assim que eu vou morrer Parando pra pensar um filme da Pixar, um vinho, uma pizza Meditar Eu não preciso de muito pra eu viver Mas me ensinaram que eu preciso de Carro, grana, casa urbana, roupa cara Investimento, uma poupança, uma esposa Um micro-ondas, lava-louça, uma TV Uma criança, confiança, casa na fazenda pra passar o fim de semana (Sinceramente eu não preciso de nada) (Só do meu truco, uma boa noite pra quem fica) (E o meu sincero foda-se pra quem odeia, tamo junto)