Não, não sei Se o que trago nas costas são As apostas que ainda não Se cumpriram ou se cumprirão Não, não sei Se o que mostro num sorriso feito É oposto do que sente o peito E se isso é algum defeito Mas eu sei que a morte é manca Sei que o medo e a crença estanca Sou sozinho e meu caminho eu mesmo traço Sei também que a vida é franca Que a dor de dentro arranca Sou sozinho e meu caminho eu mesmo faço Não, não sei Se o que eu vejo pelo mundo É o mundo ou pano de fundo Para um outro, muito mais fecundo Não, não sei Se o que busco é o que entrego Se o que eu quero é o que eu nego Se estou vivo ou se estou cego