Como se fosse minha última noite Meu último trago, minha única chance Ou minha última rima, tipo um gol aos 45 Só abandone o estádio após o apito desesperado Em luto, as vezes sou confuso E hoje em dia nem confio na minha própria sombra Pensamentos me rondam, mas sei que os anjos cercam Bem antes de ser alvo, vi eles me protegem Madruga vem a pressa com a manhã A sede dizendo que posso ser mais, fazer mais Mas com o pouco tempo que tenho Virei o próprio insumo da minha arte Queria descrever o mundo e fiz um autorretrato Críticas duras demais pra quem ia morrer tão jovem Pra quem cresceu sem nada, hoje desconhece o amor Amigo íntimo da dor, dia após dia lhe visita Tentou desfazer o laço, mas caiu na armadilha O tempo passa, a vida passa, e por aqui vi nada mudar Sentimento que repele, eu só quero ficar sozinho Pensamento explosivo, vale de porra, nenhuma Tentou me auto destruir pra não morrer na mão inimiga Eu me sinto em guerra, porra do conflito interno Engolindo a dor, suportando o inferno Eu nem sei se a dor aqui faz parte do processo Então, criador, piedade do teu filho Já fui tão próximo ao puxar o gatilho Mas imaginei a dor de uma mãe ao perder o seu filho Fui perseguido, mas segui o instinto Me sinto o homem na estrada, ovelha negra Igual meu tio, me deixe só Hoje eu não quero vingança Me livrei desse ódio e rancor Me deixe só, pedi perdão a Deus Vou vencer, custe o preço que for