E agora, que não há mais nada a esconder, do que fugimos? Se tudo entre nós se esclareceu, não há porque nos evitarmos O escuro do meu quarto acendeu os desejos proibidos O escudo dos seus lábios se rendeu ao desfecho inevitável Não há por que fingir Não há do que se envergonhar Não há por que mentir Coragem é poder mostrar Verdade traz felicidade A realidade também Os fatos revelados e o veneno de um medo constrangido Os dados combinados nesse feltro verde: Um lance favorável Retratos enfurnados na gaveta, como bilhetes mal escritos O rasgo nesse peito imperfeito, tão humano e miserável Não há por que fingir Não há do que se envergonhar Não há por que mentir Coragem é poder mostrar Verdade traz felicidade A realidade também Olhar para o espelho e ver o que há por dentro Sangrar um mar vermelho ou secar no vento Palavras engasgadas sufocaram a vontade de pedir Os pássaros voaram já faz muito tempo O velho calendário parou em dezembro Palavras sufocadas engasgaram a vontade de sentir Não há por que fingir Não há do que se envergonhar Não há por que mentir Coragem é poder mostrar Verdade traz felicidade E a realidade também