(N.A.Y. a!) N (no corre, no corte, no canto) A (agora, aquarela, atraque) Y (yá, yá, yá, já chegou) A (atitude, armada, avançando) Palavras são poder, eu falo pra você Boca de favela faz o mundo estremecer Palavras são poder, escreve pra não morrer Papel sacudido é munição pra responder Palavras são poder, caderno vai vencer Toda mulher da quebrada vai se reconhecer Palavras são poder, não dá pra esquecer Carolina sentida, não vai se calar, pode crer Se liga nesse rolê, minha caneta pesa vinte Dedo fundo na ferida, escrevendo o que ninguém finge Caroline na lida, lixo vira literatura Favela não some, aparece na escritura Dona do diário, nem um centavo na mão Mas a palavra é meu salário, minha proteção (Serei lenda pra vizinha, referência na viela) Só vagabundo ignora, mas mulher batalha pela tela Não gosto de promessa, só vou de certeza Quem já limpou o chão agora sobe pra mesa Letra batida, vida vivida, tinta respinga Sabedoria antiga, destino que desafia Palavras são poder, eu falo pra você Boca de favela faz o mundo estremecer Palavras são poder, escreve pra não morrer Papel sacudido é munição pra responder Oi, princesa fake, aqui é fala real Amanhã só promete no final mensal No fundo da casa, correndo atrás dos trocado Vejo minha mãe chorando, sigo lado a lado Página manchada, mas coragem não apaga Na rima me defendo, minha arma me embala Abuso não cala, revolta ressalta Quebrada se exalta, Carolina nunca falta (É luta, é suor – nas costas o peso) Mas a palavra voa, sempre tem seu preço Levanta e grita, Carolina aqui está Com as irmãs do NAYA, ninguém mais vai calar Toda quebrada sente quando escrevo sem freio Papel vira resistência – é o poder do meu meio Palavras são poder, eu falo pra você Boca de favela faz o mundo estremecer Palavras são poder, escreve pra não morrer Papel sacudido é munição pra responder (N.A.Y. a!) Palavras são poder Palavras são poder