N (N!) A (A!) Y (Y! Vem!) A (A!) Todo dia é dia de Maria Força vem de quem cria Batalha, calada, guia Numa mão, esperança, outra poesia Todo dia é Maria no rolê Real, firme, nunca some de pé Quando cai, já levanta e fé História pulsa, carrega a maré Ela não para, acorda cedo Do café pro metrô, gira o enredo Chama geral pro corre, ensina no improviso Um passo no chão, outro no infinito No olhar de cada rua, ecoa: Coragem No bolso só troco, mas nunca miragem Ouço as vizinhas, sorri na tempestade Puxa as amigas na responsabilidade Joga papo reto sem frase bonita Quebrada é palco, mulher é artista Vejo Maria em cada esquina, irmã Enfrentando o caos, acolhe na mão Dos becos, das filas, dos gritos, confia Maria tá aqui, todo dia, todo dia Todo dia é dia de Maria Força vem de quem cria Batalha, calada, guia Numa mão, esperança, outra poesia Não é novela, é suor e chão Leva o peso do mundo, ninguém pede perdão Dobra o tempo, costura destino Com sorriso cansado e olhar cristalino Fala baixo, mas fala com tudo Gira o mundo só com gestos mudos Maria foi, Maria ficou Toda mulher do bairro já multiplicou Nos corres, nas lutas, sem muito alarde No braço e no canto, ela reparte a verdade Vestindo coragem, carrega o nome Maria é ponte – de festa ou fome Todo dia é dia de Maria Força vem de quem cria Dia sim Dia não É Maria que mantém tudo na mão Todo dia é dia de Maria