O Sol já se escondia Na tarde fria de agosto E o gado já por desgosto Prenunciava geada fria Se acostando junto ao mato Pra esperar um novo dia Faço um fogo no galpão Vou ajeitando um amargo Pras horas de tempo vago Nessas noites de invernia Que amanhecendo de novo Vou quebrar outra tordilha Geada grande, noite fria A pampa sul se retrai Na fronteira com o Uruguai O inverno é mais rigoroso E o índio retorna mais cedo Pra o aconchego do poso De madrugada levanto Antes do romper da aurora Do galpão olha pra fora A geada em forma de manto Cobrindo toda coxilha De verde virado em branco Sento as garra no meu pingo Me tocou a recolhida É mês de ovelha parida Tem que dobrar a volteada Porque a fome do Zorro É bem maior que esta geada