Vezes, tantas vezes Ela me disse: Eu vou embora Que um dia eu lhe dei asas E a deixei voar Depois como criança Que o seu barco solta Na correnteza e pensa que ele volta Fiquei criança por ela a esperar Noite, veio a noite Vi o clarão da madrugada Veio a luz do Sol E o novo dia que surgiu Me encontrou tristonho Com jeito de quem chora Quando ela disse: Amor, eu vou embora Eu devia prendê-la, mas não o fiz, partiu Por que será que o meu amor não voltou mais? Se as pombas voltam aos pombais Ela devia voltar E os beijos meus seriam brasas Mas de ternura singular E queimariam suas asas Pra ela nunca mais voar