Do Alto da Sé, em Olinda Ainda que o dia amanheça é cedo ainda, é cedo ainda Ainda que a gente se esqueça da vida, é cedo ainda, é cedo ainda Pro nosso sonho e fantasia do carnaval da vida inteira Não quero saber de alegria Virando cinzas numa quarta-feira No passo e a pé, Olinda à Recife Coração me disse que fez um pedido de fé E o frevo me leva Ao destino dela Se preciso for Até Casa Amarela Até Casa Amarela eu vou Pra libertar meu coração Eu quero muito mais que o som da marcha lenta Eu quero um novo balancê um bloco do prazer que a multidão comenta Não quero oito e nem oitenta eu quero o bloco do prazer E quem não vai querer? Ma ma mamãe eu quero sim, quero ser Mandarim cheirando gasolina A fina flor do meu jardim assim como carmim na boca das meninas Que a vida arrasa e contamina O gás que embala o balancê Vem meu amor feito louca que a vida tá pouca e eu quero muito mais Mas essa dor que arrebenta, paixão violenta, oitenta carnavais Fagulhas, pontas de agulhas Brilham estrelas de São João Babados, xotes e xaxados Segura as pontas, meu coração Bombas na guerra magia Ninguém matava, ninguém morria Nas trincheiras da alegria O que explodia era o amor Nas trincheiras da alegria O que explodia era o amor Ardia aquela fogueira que me esquentava A vida inteira, eterna noite Sempre a primeira festa do Interior