A estática morreu num último grito A luz do sistema tornou-se um mito Poeira de dados no chão infinito E o peso de tudo que nunca foi dito Nós somos os reis deste reino de nada A última espécie na terra arrasada Com a chave na mão e a porta selada E uma liberdade que não vale a estrada Isto é o desespero O eco no espelho quebrado Vencer é o mesmo que ser derrotado Quando o nada é tudo que resta ao seu lado Lutamos por alma, por toque e por pele Mas o silêncio é o frio que mais nos impele Sentimos a falta do Deus tirano e cruel Que dava sentido a viver neste inferno, neste céu Buscando um rosto em telas vazias As sombras que dançam são nossas, tão frias Contando as horas de dias sem dias Escravos das nossas próprias utopias Isto é o desespero O eco no espelho quebrado Vencer é o mesmo que ser derrotado Quando o nada é tudo que resta ao seu lado Matamos o guarda, a jaula, o vigia Mas quem nos assombra no fim deste dia? Era o seu rosto no vidro ou era o nosso, afinal? Um Deus que se quebra é um Deus imortal O nada é tudo que resta O nada é tudo que resta ao seu lado Desespero