Terra que água comeu Gente que a água espantou Rio que subindo as barrancas Se fez lago e a tudo inundou Era uma vez sete quedas, que a natureza pariu Tinha até o arco-íris como moldura de um rio Que despencava imponente pelos abismos e grutas Que há milênios gerou E o trovão dessas quedas toda essa gente escutou Era uma vez uma terra, farta de soja e de trigo Prenhe de leite e de mel, solo de muitos amigos Mesmo sem ser Canaã, dava alimento e guarida Ao povo que aqui fez seu lar E as mãos semearam sementes e vilas em todo lugar Era uma vez Paraná, rio de água ligeiras Onde a vontade de poucos fez construir a barreira Monstro de ferro e concreto onde milhares de homens Anos e anos penaram Com a promessa de luz, nossa seara inundaram