O Sol se levanta na anca lustrosa de um gateado oveiro E lá no terreiro rastejam esporas em nacos de grama Tinidos de argolas quebrando silêncio nas loncas em tentos Cantigas do vento recitam seus versos nos furos das tramas Um índio pachola sentando em pêlo no lombo de um mouro A espa de um touro de ponta espetada chairando o cupim E num tranco lento segue a cavalhada pra várzea do fundo Eu vejo meu mundo num verde estirado de grama e capim E num tranco lento segue a cavalhada pra várzea do fundo Eu vejo meu mundo num verde estirado de grama e capim Mil gracias, terra gaúcha meu berço campeiro do pingo parceiro Pois bueno e valente que nunca se achica Jamais reneguei a imensa campina pintada com arte Por que faço parte da saga de um povo de alma tão rica Mil gracias Um bando de garças de asas fechadas bordando a coxilha E a tropa tranquila pastando uma grama e um maçegal Silhueta de sombras passeam nos cascos de um baio ruano E um violão crioulo derrama cantiga imitando um cardeal Então se desgarra do fundo da alma a copla campeira Mil gracias fronteira que sempre se arrancha no peito da gente Meus olhos me dizem que sou mais gaúcho de tanta grandeza No ouro a riqueza e o verde esperança pintando nascente Meus olhos me dizem que sou mais gaúcho de tanta grandeza No ouro a riqueza e o verde esperança pintando nascente Mil gracias, terra gaúcha meu berço campeiro do pingo parceiro Pois bueno e valente que nunca se achica Jamais reneguei a imensa campina pintada com arte Por que faço parte da saga de um povo de alma tão rica Mil gracias, terra gaúcha