Brilha o poente nos confins dos horizontes Lá bem distante o sol desaparece A mão divina em aquarela sobre os montes Pinta de rubro o fim de tarde que adormece Desmaia o dia no colo da noite escura Tudo se aquieta na estância tio Gaudêncio De contraponto grita alto a saracura Qual um clarinho dando toque de silêncio Os quero-quero vão se amoitando nos campos O gado deita lá na costa do Varzedo O grilo canta no bailar dos pirilampos Enquanto a lua vem beijando o alvoredo Que lida boa essa vida lá de fora se tem de tudo Tudo lá nos dá prazer a terra é fértil, o sol é ouro, a chuva é santa O que se planta Deus nos ajuda a colher Menina flor dos cabelos cor da noite A lua cheia nos convida pra cantar Permita os anjos que eu compare tua beleza Com a natureza que encanta esse lugar A brisa mansa exala o cheiro das matas Perfumando os quatro cantos da querência Sorri o mundo no murmurar das cascatas Louvando a Deus por essa benevolência Lá na colina fumaceia um chaminé A mão gaúcha vai ser do um chimarrão Suspira a alma do rancho e do Santa Fé E a vida canta nas cordas do coração Neste momento tudo é paz e harmonia A noite dorme conservando a luz acesa Até parece um recital de poesias Entre as estrelas e a mãe santa natureza Que lida boa essa vida lá de fora se tem de tudo Tudo lá nos dá prazer, a terra é fértil, o sol é ouro, a chuva é santa O que se planta Deus nos ajuda a colher Menina flor dos cabelos cor da noite A lua cheia nos convida pra cantar Permita os anjos que eu compare tua beleza Com a natureza que encanta esse lugar