Encilhei atei a cola, da minha égua estradeira E sai num trote largo desses de buscar parteira Cruzei três ou quatro campo, e uma duzia de porteira Procurando um baile chucro, pra rebola a qualhera Esfola as botas novas, surrar calos e frieiras Era um rancho de barro, desfolhado na cunhera No salão um genteril se amuntuava pelas beira Eu já gritei lá da porta, num jeito de brincadeira Danço de espora e mango, mesmo que o diabo não queira Inda sirvo um azevem pras gurias caroneiras Foi mexer nos camoatins, e cutucar as cruzeiras Já me prenderam o grito, vou surrar o bagaceira Se está com sarna no lombo, eu te tiro as coçeira Manusiei o dom formiga e uma adaga companheira E já fui servindo boia pra um montão de barejeira A gaita ninguém ouvia, com tamanha lambanceira Os caramelo zuniam, parecia uma abelheira Facilita nessa feita, tô virado em peneira Me grudei numa gorduxa e fiz ela de trincheira Pelei que nem tamanduá, recostado na tronqueira Fui mexer nos camotins, e cutucar as cruzeiras Já me prenderam o grito, vou surrar o bagaceira Se está com sarna no lombo, eu te tiro as coçeira Manusiei o dom formiga e uma adaga companheira E já fui servindo boia pra um montão de barejeira O lampião já tinha ido, só ficava a fumaceira E eu buscava no escuro, um buraco na ratoeira Quando avistei um clarão, fui derrubando cadeiras Medi o vão da janela, e a altura da soleira E saltei que nem um gato, em cima de uma roseira Escapei todo 'lanhado', mas a carcaça inteira Minha égua, benza Deus, me esperava na porteira Montei sem tocar estribo, descanpei numa ladeira Sem tomar nenhuma canha, sem dançar uma vaneira Por causa desse surungo, hoje eu vivo na fronteira Foi mexer nos camotins, de cutucar as cruzeiras Já me prenderam o grito, vou surrar o bagaceira Se está com sarna no lombo, eu te tiro as coçeira Manusiei o dom formiga e uma adaga companheira E já fui servindo boia pra um montão de barejeira