Se arrasem vou dar princípio do boi preto da fazenda Como bem diz o ditado: Se um se esquece outro se lembra Bom negócio dá bom lucro, mal negócio não dá renda No dia cinco de maio, rodeio pra marcação Do gado de mais costeio o boi preto era o gavião Matreiro como só ele, ligeiro que nem um leão Coisa linda de se ver, bem no alto da cochilha A indiada toda de branco e potranca doradilha Combinaram que o boi preto era carne pro dito dia Lá no cerrar do rodeio eu fui vendo a coisa feia Cerrando armada de laço, potranca trocando oreia Boi preto se defendendo, indiada que não se enleia Oigalete aragano foi dereito a um capãozinho Quando eu fui atacar a indiada vinha pertinho Se eu vi que atacavam, cortei volta de mansinho Pulou a cerca dum seguro, a indiada também pulou Terreno de muita pedra, o condenado cercou Maldito marcos da rosa, foi quem atirou e laçou Dali levemo entre laço, entre a casa e o galpão Indiada toda parelha, de causar admiração Nisso sangraram o boi preto, que carne pra marcação Quando eu vi ele caindo, somente para morrer Pensei e olhei nas cochilhas, e não vi e ninguém vai ver Quis estar aqui neste mundo um que tenha bem-querer