Quando o carteiro chegou E o meu nome gritou Com uma carta na mão Ante surpresa tão rude Nem sei como pude Chegar ao portão Vendo o envelope bonito No seu subscrito Eu reconheci A mesma caligrafia Que me disse um dia Estou farto de ti Porém não tive coragem De abrir a mensagem Porque na incerteza Eu meditava e dizia Será de alegria? Será de tristeza? Quanta verdade tristonha Ou mentira risonha Uma carta nos traz E assim pensando rasguei Tua carta e queimei Para não sofrer mais Quando o carteiro voltou E outra cartou deixou Para mim no portão Vi pelo seu subscrito Que me havias escrito Outra vez com razão Numa ansiedade emotiva Abri logo a missiva E que bem que me fez Pois desta vez não rasguei Sua carta e queimei Como fiz da outra vez Porém a carta esperada Por mim aguardada Com tanta emoção Era um papel simplesmente Contendo somente A palavra perdão Eu ante aquela surpresa Naquela tristeza Que então me envolvia Disse com a voz embargada Já estás perdoada E chorei de alegria