Os olhos guardam histórias que não quis contar Cenas que não quero enxergar Muito peso no que ficou pra trás Lágrimas até secaram porque chorei demais Olho direito busca o que desejo encontrar O esquerdo fuga do que não pode apagar Na ilusão ou no silêncio, a visão pode esconder Mas só quem olha pra dentro começa a crescer Os olhos me dizem, o que a visão calou Nas lágrimas guardadas, cada imagem que passou Vejo o mundo em pedaços, mas posso reconstruir A clareza só começa quando aprendo a sentir Enxergar é mais que ver, é iluminar o coração Curar o que se perdeu, mudar a direção Os olhos são as portas para o que existe em mim E o amor é o farol na condução desse fim A catarata, que o tempo desenhou! Num cristalino opaco, repleto de desamor Com a idade traz memórias e medo do futuro Mas o foco se refaz quando clareio o obscuro Na miopia vejo perto, me escondo do que está lá Fugindo do que está distante, insistindo em assustar Mas sei que, no meu íntimo, posso confiar Pois tem algo no horizonte querendo se revelar Se não vejo o que está perto, nem o que distante está É a alma pedindo pra equilíbrar o olhar Astigmatismos e medos embaçam a minha visão Mas com coragem decido tomar uma decisão Olho pro futuro, mesmo sem saber o que vou encontrar Cada passo no escuro vai me reensinar A visão turva não detém quem quer o escuro vencer Trago luz pro coração e começo a perceber Os olhos me dizem, o que a visão calou Nas lágrimas guardadas, cada imagem que passou Vejo o mundo em pedaços, mas posso reconstruir A clareza só começa quando aprendo a sentir Enxergar é mais que ver, é iluminar o coração Curar o que se perdeu, mudar a direção Os olhos são as portas para o que existe em mim E o amor é o farol na condução desse fim Deixe os olhos falarem, ouça o que quer sussurrar Nas lágrimas ou na secura, há muito pra escutar A visão que me falta eu posso reconstruir Quando olho pra dentro e ouso me descobrir