Meu território foi tomado Desenhou-se um vazio no meu chão O que era meu, já não tenho Sinto o peito apertado na solidão Travei batalhas sem contar as feridas Carreguei pesos além do que podia Quando a força se perdeu, restou o espasmo E o coração gritou num silêncio amargo O peso no peito, o tempo parou Coração que grita o que a alma calou Perdi meu espaço, mas quem sou eu? Na luta, às vezes, nem o meu próprio eu me restou Peço ao meu corpo o perdão que não dei Amor por mim mesmo, o cuidado que neguei Pois há limites que preciso entender Cuidar do meu coração é aprender a viver Corri por territórios que jamais alcancei Ganhei o mundo, mas por dentro eu falhei Quis ser de todos, salvar até a dor Mas me perdi, o preço foi maior que o amor A pressão de ser mais, o peso de ser tudo A ganância de querer caber num mundo absurdo Meu peito cansado perdeu a cadência E o músculo sentiu o preço da exigência O peso no peito, o tempo parou Coração que grita o que a alma calou Perdi meu espaço, mas quem sou eu? Na luta, às vezes, nem o meu próprio eu me restou Peço ao meu corpo o perdão que não dei Amor por mim mesmo, o cuidado que neguei Pois há limites que preciso entender Cuidar do meu coração é aprender a viver O coração é mais que um tambor de guerra Ele pede calma na pressa que aterra Na perda, renasço, na dor, me refaço O que era espasmo se torna um abraço Aprendo a dizer não, a dividir os pesos Meu coração pulsa forte nos novos começos No equilíbrio da alma, a força eu vou achar E o ritmo da vida, enfim, vou escutar O peso no peito, o tempo ensinou Coração que falou o que a alma calou Ganhei meu espaço, agora sei quem sou Na luta, o amor por mim mesmo também ficou Peço ao meu corpo o cuidado que neguei Dou ao coração o descanso que precisei Pois viver é saber o que posso oferecer E cuidar de mim é meu maior dever