Carrego o que o mundo colocou em mim O peso de cuidar de todos até o fim Entre os gritos calados e as lágrimas que escondi Me perdi no dever de ser mais do que consegui No reflexo, vejo quem não aprendeu a dizer não A culpa me prende, se revela na solidão Sou o suporte que não pode quebrar Mas meu sangue grita: É hora de parar Sangue que chora, feridas que não vejo Meu corpo me pede, liberte seus desejos O peso não é meu, não tenho que carregar A força está em mim, eu preciso me amar Choro o que reprimi, liberto as algemas Eu não sou culpa, nem as velhas cenas Meu sangue renasce com cada perdão É tempo de cura, de ouvir meu coração O limite entre o amor e a obrigação É um rio que se abre em minha direção Tentei ser mais, conter a maré Mas era impossível lutar contra a própria fé A família me cerca, às vezes me sufoca As amarras das raízes se tornam tão duras, tão tortas Queria voar, mas fiquei ancorado Meu sangue se cala, mas está sobrecarregado Sangue que chora, feridas que não vejo Meu corpo me pede, liberte seus desejos O peso não é meu, não tenho que carregar A força está em mim, eu preciso me amar Choro o que reprimi, liberto as algemas Eu não sou culpa, nem as velhas cenas Meu sangue renasce com cada perdão É tempo de cura, de ouvir meu coração Entre a raiva e o silêncio, eu me perdi Impotente, desvalorizado, mas estou aqui Meu sangue que pulsa merece atenção Na ferida aberta há espaço pro perdão A vida não cobra ser tudo pra todos No passo que dou, refaço os meus modos Libero o que me prende ao peso do passado Meu sangue agradece, me sinto libertado Sangue que chora, agora pode sorrir Cada dor foi embora, deixei o peso partir O amor por mim mesmo é onde vou morar A força que eu tenho começa em me abraçar Pago a dívida comigo, desfiz as algemas Sou mais do que culpa, soltei as correntes Meu sangue renasce com cada emoção É tempo de cura, de ouvir meu coração