Madalena! Aquelas noites na avenida de Roma Tu toda chique e eu com nódoas na roupa Jeitinho de princesa mas andas sempre a dever horas à cama No 206 às 5 da matina Sempre que te vejo É uma desforra Emoldurei o meu amor por ti E fui-me embora Limpo as memórias com borracha Mas a tua tinta não se apaga Madalena! Aquelas nossas noites no bairro alto Com os casacos a cheirar a tabaco Subir a aquela ladeira E tu sempre de salto alto Na calçada portuguesa Sempre que te vejo É uma desforra Emoldurei o meu amor por ti E fui-me embora Limpo as memórias com borracha Mas a tua tinta não se apaga Este inverno estou sozinho pronto para ter saudades Em dezembro sou menino da cidade E não vejo mares e cafés Oxalá não seja tarde Eu que sou filho do algarve Vou e volto com a maré Cheira a alcatrão molhado neste rio tens sempre pé Estou no sítio dos outros, não me cansa ser mais um Sempre que te vejo É uma desforra Emoldurei o meu amor por ti E fui-me embora Limpo as memórias com borracha Mas a tua tinta não se apaga Sempre que te vejo É uma desforra Emoldurei o meu amor por ti E fui-me embora