Houve um tempo em que a plebe rouca de gritar movia as ondas E cantava, proibida de cantar, ao som das rondas. Eu nasci pra pensar... Os frutos da liberdade massacrados pelo medo E o desejo de amar os filhos, um segredo Eu cansei de chorar... Fui molhado pelas lagrimas amargas, relembrando o que passou Brancas noites, roucos gritos, grilos loucos, dor. Fui molhado pela chuva e o vento espalha a imagem da dor Ainda assim eu vou seguindo a vida pela cor. Antes, gritos que trocaram o sentido de uma rosa por revolta. Hoje, a chama viva da beleza tem história E ainda posso gritar... Quando as diferentes cores do arco-íris cantam sem tristeza, Brotam flores sobre pedras, paz e amor, beleza. Eu nasci pra cantar...