A tarde descambava, despacito, Numa morosidade de boi manso; O sol se encaminhava pro descanso No seu acampamento na coxilha... O gado percorria sua trilha Cotidiana, no rumo do curral; E ouvia-se cantar no matagal, Um sabi?eunindo sua fam?a. No campo, um quero-quero solit?o Gritou sem que lhe dessem aten?, E a coruja pousada no moir? Cantou baixinho, em tom de mau agouro Nisso rompeu no casar?um choro, Que p?m alvoro?a peonada! Era a patroa que, desesperada Aos gritos, provocava aquele estouro! A Rita, se sumiu a minha Rita! Foi como jogar pedra em lixiguana... E por cima um pi?eio ventana, Disse: "o Flor?io n?veio pro galp? E a peonada olhando pro patr? Compreendeu o que tinha acontecido... E o olhar do velho taura enfurecido, Prenunciou que ia haver revolu?... A Rita era a rel?ia da fazenda; Um mimo de lindeza e de bondade, Um toque de poesia e suavidade Na vida rude em que ali se vivia, Levantava cedinho todo o dia, Mateava e conversava com a peonada. Ela era t?querida e respeitada, A Rita, logo a Rita quem diria!... Flor?io era o mais guapo dos campeiros Por isso foi nomeado capataz. J?odos conheciam seu cartaz Numa doma, no la?ou marca?. Era estimado assim como um irm?.. E gostava da Rita, se sabia, Mas nunca se pensou que fosse um dia, Roubar t?logo a filha do patr? A voz forte cortou os pensamentos, Como um trov?na tarde ensolarada! Mandando se espalhar a peonada, E que trouxessem os dois, mortos ou vivos! E todos cavalgaram, pensativos, Cada um por caminho diferente, Cada um desejando, intimamente, N?achar nunca o par de fugitivos... A barra cor de rosa do sol posto, Enfeitava ainda o c?l?o poente; Soprava um vento morno, quase quente, Um vento bom de tarde de ver?.. De repente, ecoou l?o cap? O estampido de um tiro, e outro mais! E logo, o galopar dos animais Dos pe?buscando aquela dire?... Acharam os dois mortos, bem juntinhos, A Rita e o Flor?io, lado a lado, Misturando seu sangue derramado. E a noite os encobriu com o seu v? Um pe?mais velho tirando o chap? Ajoelhou-se ao lado dos defuntos, E pediu: "Meus Deus, recebe estes dois juntos", Nesta fazenda grande a?o c?...